Súplica à Mãe Santíssima
(Joanna de Ângelis /Divaldo Pereira Franco, em 2007, junto à casa onde desencarnou Maria, a mãe de Jesus, em Éfeso (Esmirna), na Turquia).
Senhora:
Eis-nos de retorno aos caminhos luminosos apresentados pelo vosso Filho Jesus há quase dois mil anos: fé e irrestrita confiança em Deus, amor ao próximo como a si mesmo e entrega total à caridade, sem, a qual, não há salvação.
Há muito tempo planejamos seguir a trilha libertadora, mas distraídos pelas ilusões seguimos rumos diferentes e angustiantes.
Hoje, porém, depois de vivenciadas inomináveis angústias, estamos de volta ao rebanho daquele que é o Caminho da Verdade e da Vida.
Sabemos que, enquanto o mundo moderno estertora sob os camartelos do ódio e da insensatez que o ser humano criou para si mesmo, velais, Senhora, por esses filhos aturdidos que vos foram confiados na cruz…
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O pranto, na Terra, se avoluma assustadoramente nos olhos aflitos que perdem lentamente a faculdade de ver com claridade, ao tempo em que a revolta domina a orgulhosa cultura que a civilização elaborou ao largo dos milênios, ante as ameaças de extinção que se vem impondo alucinadamente…
Os horrores da violência, do crime e das guerras individuais, coletivas e internacionais, tomam conta das sociedades, demonstrando a quase nulidade das gloriosas conquistas da ciência, do pensamento, da tecnologia…
As mulheres e os homens encontram-se assinalados pelo desencanto, fugindo na direção dos prazeres, a que se entregam insensatamente, porque se perderam no báratro das próprias necessidades, que não têm sabido discernir, quais as que são relevantes em relação às secundárias e sem importância.
O orgulho impera e a indiferença pelo destino das demais criaturas caracteriza estes dias de ansiedade, de medo e de solidão.
É certo que existem doações de amor e de sacrifício, lutas de redenção e trabalhos dignificadores em quase toda parte, não porém, o suficiente para a construção do reino de Deus nos corações.
Em razão dos sofrimentos que campeiam, rogamos, Senhora, que derrameis a luz do discernimento e a paz dos sentimentos nas existências desarvoradas, informando que, enquanto o amor de Jesus permanecer no mundo, não se apagará das mentes nem dos corações a presença da esperança.
Intercedei por todos aqueles que se deixaram enregelar pelo ódio, endurecer-se pelos desencantos e frustrações, a fim de que a sociedade descubra o seu rumo de segurança.
Ontem, aqui semeastes o amor, a caridade e o perdão, enquanto Roma perseguia e assassinava os discípulos do vosso Filho.
As perseguições, no entanto, ainda prosseguem, temerárias e perversas.
Não mais praticadas pelo império dos Césares, dominado pela volúpia do poder mentiroso que ruiu, como tudo quanto é transitório no mundo, substituídas pelo materialismo e pela crueldade.
Naqueles dias já passados, eram os de fora da grei que crucificavam, martirizavam e matavam os seguidores do vosso Filho.
Hoje são os próprios discípulos que se disputam primazias e infelicitam os que são fiéis aos postulados de amor, com os quais eles não concordam…
Tende compaixão, Mãe Amantíssima de todos nós, e ajudai-nos a ser fiéis até o fim, sem reclamações nem desânimo, servindo incansavelmente, certos de que, na etapa final, poderemos ver e ouvir o vosso Filho, informando-nos:
- Vinde a mim, servidores fiéis, eu vos tenho aguardado em paz.
Joanna de Ângelis
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